Sobre Os R$ 0,20 Centavos,

Eu vi a multidão marchando.

Eu ouvi suas vozes gritando.

Eu senti seus corações pulsando

No ritmo dos tambores da revolta.

Eu acredito na mudança, 

Pois hoje

Nós deixamos de ser a geração Coca-Cola 

E passamos a ser a geração da Revolução!  

Vai Além.

Não ouse pensar

Que minhas lágrimas e meu silêncio

Tem você como motivo.

Tenho uma vida inteira

Que vai além do eixo no qual giram

Você, seu ego e seu pequeno universo. 

Teu Ar.

Respirei do teu ar

Sem temor.

Com ardor.

Com amor.

Com dor.

Vazio.

Te dei afeto, carinho e atenção

Para acabar sua solidão.

Te dei meu ombro e meu ouvido

Para que soubesse que tinha à mim apesar da aflição.

Te dei o braço, as pernas, a mão

Para te levantar do chão.

Te dei meus olhos e minha luz

Para enxergar um fim melhor depois da escuridão.

Te dei minhas lágrimas e os sorrisos

Para alegrar teu dia ou sofrer contigo.

Te dei meu amor, meu coração.

Te dei sem pedir em troca, sem pedir de volta.

Não foi o bastante, talvez sequer importante.

Você curou, e se foi.

Nenhum até logo, adeus ou volto depois.

E no lugar onde tinha você

Ficou um vazio, difícil de preencher. 

Ao Chão.

Um sentir tão fino quanto areia da praia

Que depois de sol, chuva e maré alta,

Por um punho fechado e frio é carregada.

Areia que escorre por entre os dedos da mão

E é levada pelo vento, espalhada e sem rumo,

Até cair de volta ao chão.

Uma Paz.

Depois da tempestade e da dor, uma dormência violenta, uma paz.

Paz musicada, mau educada, com uísque e nenhum gelo.

Paz segura e solitária, sem toque, riso, abraço ou beijo.

Paz com sons, várias formas, algumas rimas, nada mais além da paz. 

Momento.

Este não é o momento, eu não estou pronto. - disse ele.

Passaram-se dias, semanas, meses, um ano inteiro

E por ele, ela esperou em silêncio. 

Então um dia sem querer, ele começou a perceber

Que cada palavra, cada gesto, cada sorriso dela

Fazia sua alma brilhar e crescer.  

Este é o momento, eu estou pronto. - disse ele. 

Com o olhar, sem nenhuma palavra, gesto ou sorriso ela respondeu.

Passaram-se dias, semanas, meses, um ano inteiro

Foi então que ele percebeu

Que o momento chegou e se foi, e todo amor que existia morreu. 

O Último Ato.

O dia chegou,

Sem mais medidas paliativas

Sem qualquer outra saída.

O dia chegou,

Sem mais nada a ser feito

E com tudo desfeito

Disseram adeus e fez-se silêncio.

Uma Dose de Dor. Pura e Sem Gelo.

Dói. Dói mais em pensar em todo o amor que te dei,

Um amor que eu ainda nem conhecia.

E assim chegar nesse dia, dia em que percebi que estou mais vazia
Do que quando esse amor eu ainda nem tinha. 

À Noite.

Ela o olhava, o guardava

enquanto dormia.

Deitada sobre seu peito, ela 

sonhava acordada.

Sentindo sua respiração.

Acompanhando as batidas

do seu coração. 

Ainda Vivos.

Sonhamos. 

Amamos.

 Sofremos. 

Decepcionamos. 

Lidamos com a dor e a perda, 

dia após dia. 

Apenas para lembrar que ainda estamos vivos.

Indo.

Desabando, 

Como um castelo que um dia foi majestoso, depois de uma tormenta.

Carregada, 

Como folhas de outono, sacudidas e caídas na calçada, dispersas ao sabor do vento.

Desfazendo,

 Como palavras feitas na areia e apagadas pelas onda do mar.

Sumindo, 

Como as imagens de fotografias antigas, lembranças de um passado distante.

Vazio.

Levou com ele a razão, a paixão, a respiração.

Deixou um corpo vazio, a míngua.

Sem vida ou alma.

Uma carcaça vagando no mundo, sozinha.

Sem inspiração ou direção.

Ama-dor.

Me pergunto qual o problema da humanidade, me incluindo nesta,

Em sentir prazer na dor. 

Porque nutrir amor por outra pessoa, não é nada mais do que 

uma mistura de adrenalina e sorte onde tudo acaba se resumindo

ao mais puro prazer em sentir dor.

Um tipo de masoquismo viciante, agonizante, alucinante.

Me pergunto ainda, qual o problema em decidir se poupar de amar.

Apenas evitar o final trágico 

ao qual todos estamos fadados quando nos arriscamos a amar.

 A tão famosa dor de amor.